Antes de se erguer nos céus rumo à República Dominicana o avião respeitou, talvez, duas horas de atraso. A chegada a Punta Cana após as oito horas da viagem obrigou a recuar o ponteiro das horas cinco voltas. Nesse instante a vida começou a ser regulada em minutos dominicanos (10 minutos dominicanos equivalem a 30 ou 45 minutos comuns). Há tempo para tudo!
O aeroporto internacional de Punta Cana assemelha-se a uma cabana gigante… Não existem paredes e muito menos portas. Talvez um ou outro torniquete para impressionar. Após o cumprimento das formalidades rumou-se ao hotel debaixo de um calor sedutor.
O hotel NaturaPark EcoResort & Spa ostentava as suas 5 estrelas no meio de uma reserva natural. Habituados à vizinhança humana os gansos, os flamingos e outras aves, frequentavam pacificamente os jardins e a praia. Entre a enorme diversidade de serviços e espaços facultados pelo hotel ocuparam-se os campos de ténis, o ginásio, a sauna, os caiaques, as gaivotas (ou barcos a pedais) e obviamente a piscina, o buffet, os vários bares e os três restaurantes temáticos!
A praia, pelo menos em todo o sudeste da ilha, corresponde na perfeição às praias paradisíacas que o cinema e a publicidade vendem. A areia branca é fina, as palmeiras oferecem sombra e o mar na sua transparência total cria um florido de azuis no horizonte. O calor brilhava.
O merengue ouve-se sem pausas. Os nativos dançam e cantam em todas as situações. Sem esforço visível os dominicanos são excepcionalmente simpáticos. Mas no comércio a boa fé é escassa.
Raramente existem preços marcados. Nos mercados mais tradicionas os preços resultam da negociação efectuada entre o comprador e o vendedor (é no entanto ingénuo acreditar que o equilíbrio microeconómico se concretiza)… Os vendedores são pegajosos! Regatear é fundamental. Independentemente da existência ou não de “regalitos” não há bons negócios. No preço, no câmbio ou no troco o lucro é certo para o vendedor. Giro e emocionante é ver o dono da loja querer comprar a mala ou o relógio do turista! Inédito.
O tempo da viagem foi quase todo aplicado nas redondezas do hotel. Apenas no quarto dia se olhou um pouco para a República Dominicana dos dominicanos. Sem os luxos da zona turística os caminhos para a cidade de Higüey, capital da província de La Altagracia, apresentaram um país em vias de desenvolvimento. A cidade com cerca de 125 mil habitantes depende em grande parte do turismo. Na memória ficam as construções baixas, as ruas pouco limpas, a imensa quantidade de motorizadas e as portas e janelas das casas ornamentadas com grades de diferentes formas e cores.
Seguiu-se para Altos de Chavon, na provincia de La Romana. A aldeia foi construída em 1976 e é uma imitação de uma civilização medieval europeia. Actualmente todo o complexo está localizado na área de influência da Casa de Campo, um dos resorts mais caros das Caraíbas (entre outros luxos possuiu um aeroporto internacional privativo). Altos de Chavon é actualmente um centro cultural.
A Isla Saona e a sua reserva natural foram alcançadas de lancha rápida após uma breve paragem nas piscinas naturais (simpáticos bancos de areia) para espreitar as estrelas do mar. Na ilha a praia e a paisagem permaneceram fascinantes. A água era ligeiramente mais quente, a areia misturava-se com algumas pedras. O Mar das Caraibas banhava a costa.
No quinto dia o destino foi o famoso Capitan Cook Restaurant… Todo o marisco estava incluído. No regresso parou-se noutra piscina natural. Em vão procuraram-se golfinhos e tubarões.
Antes de preparar a viagem para Portugal, arranjou-se tempo para um pouco de Parasail! O vento elevou o pára-quedas que o barco puxou. Do alto, a reserva natural do hotel demonstrou o quão majestosa é.
A 24 de Abril entrámos no avião… No fim da madrugada do dia 25 tocámos a margem norte do Tejo. A escuridão e o frio que a pouca roupa não conseguiu esconder encarregaram-se das boas-vindas.
Paulo Vyve