A fama das ilhas gregas está distante da pouco badalada Corfu. Situada no Mar Jónico, quase à entrada do Mar Adriático e muito próxima da costa da Albânia, a ilha acolhe bastantes turistas mas não é tão concorrida como as do Mediterrâneo.
Partilho, desde já, o balanço: gostei das férias mas as memórias que guardo não incluem as imagens paradisíacas publicitadas nos ecrãs dos telemóveis e computadores. Cumpri com o essencial: verão em abundância! Todos os dias rumei ao mar e espreitei imensas praias que passo a enumerar: Canal d’Amour; Apotripiti Beach; Paralia Mpataria; Paralia Kalamaki; Sidari Beach; Kanoni Beach; Pipitos Beach; Agios Petros; Ampelaki Beach; Alipa Beach; Agios Spiridon; Glyfada Beach; Porto Timoni Beach; Paralia Arillas; Paralia Agios Stefanos; Dassia; Barbati Beach; Ipsos Beach.
Há praias com areia grossa e outras com seixos. Há praias com água transparente e outras menos cristalinas. Há praias onde se sente a ondulação e outras com a tranquilidade de um sonho. Há praias mesmo ao lado da estrada e outras com exigentes trilhos de acesso. Em todas a água era quente e confortável ao contactar com a pele. O sol foi uma presença quase constante se excluir uma tarde em que os céus se desfizeram em água e inundaram as estradas.

A caminhar na Paralia Arillas

De uma maneira geral as praias são convidativas porém é inevitável denunciar que há problemas graves. A limpeza se existe é muito esporádica e o lixo abandonado por vezes é abundante. O estacionamento é normalmente selvagem e caótico.
Outro tema são as estradas... Depois de aterrar e conduzir cerca de 35 quilómetros desde o aeroporto perguntaram-me no check-in no hotel, em Sidari, qual era a minha primeira impressão de Corfu. Inocentemente disse que “esperava melhores estradas”. Antecipei o que me esperava quando ouvi, com o sorriso conformado da recepcionista, “eu também”.
O mau estado das estradas é um tema relevante (buracos, falta de sinalização e bermas sujas) a que se soma o desrespeito crónico pelas regras de trânsito: um duplo traço continuo é decorativo no alcatrão. Sobrevivi, depois de uma semana e de 408 quilómetros percorridos, sem sustos memoráveis mas não evitei mudar um pneu furado ao Fiat Panda que há muito ansiava a reforma. Nunca aluguei um carro em tão miseráveis condições.
Dediquei uma manhã à cidade de Kerkyra que é a capital da ilha. Fora da zona turística o ambiente não é bonito. É um espaço onde as pessoas vivem e trabalham sem luxos. No centro é um mundo novo e moderno: as esplanadas dos cafés confundem-se com praias urbanas, as lojas internacionais e outras com as banais quinquilharias turísticas pintam as ruas cuidadas. Os jardins estão regados e as pessoas circulam sorridentes.

Em Kerkyra e ao fundo as montanhas albanesas

Alimentei-me bastante bem. Alternei entre duas "tavernas" e experimentei os pratos locais que normalmente nem me suscitam curiosidade. As Moussakas que provei eram um petisco e o pão que chegava quentinho à mesa era delicioso. 
Regressei com a pele bronzeada e com a convicção de que a Grécia merecerá uma segunda oportunidade numa outra ilha. Uma semana não foi suficiente para encontrar as praias que ansiava e acredito que estarão escondidas… Terei de as descobrir porque de certeza merecerão a pena!
Paulo Vyve

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